domingo, 14 de junho de 2015

Anno 2015 mortuus est ?


Eu sei caros leitores passaram mais de 4 anos e tal  e a minha ausência foi sentida e exigida, mas as diligências da vida real pesaram na minha falta de dedicação a esta soberba e magnânima obra de cariz institucional. Sempre receptivo às reacções dos meus estimados leitores e atendendo ao meu rigoroso código deontológico,  quero acrescentar que esta crítica foi revista por cerca de 9 professores de linguística aplicada, 10 professores catedráticos de filologia românica e um revisor de texto do Diário da República, se ainda existirem erros ortográficos no presente texto, destaco que a revisão foi feita num tasco em Rio de Mouro - grato pela compreensão.


Após aprender o meu latim com os Mayhem decidi atribuir este título meio enigmático por me sentir profundamente apavorado com o que o ano de 2015 reserva para o metal nacional, apesar de algumas surpresas agradáveis no panorama, os velhos tumores continuam a metastizar proliferamente. O que me leva a teorizar que certos músicos deste país devem andar a comer gambas de Fukushima ou a beber água do fastio fora de prazo. Não obstante tamanho flagelo, prometo dilacerar e fustigar, sob a luz da minha incrível inteligência, as maleitas deste panorama de merda chamado metal nacional.

Ora tendo eu uma aguçadíssima percepção destas coisas, sou, como seria de esperar, o único ser humano do Continente e Ilhas devidamente qualificado para analisar a saúde do metal e das cenas muito muito extremas que por cá se fazem (até me cuspi). Deixem as vossas sugestões para não ter que pensar muito s.f.f.

 Beijinhos e...



segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Cripta Oculta - o fenómeno do Entroncamento.

Tal como um qualquer fanático por OVNIS ou por milagres religiosos de estranhas proporções, quero-vos relatar um fenómeno que se abateu sobre um estranho universo subterrâneo, falamos claro do Underground Português, que possui a propensão para acontecimentos paranormais diversos.
Poderiam pensar, se calhar, que vos falo de pastores drunfados, santas que dançam o malhão em Oliveiras ou até mesmo  de  “discos voadores de metal com sapatas” que várias senhoras idosas avistam na Serra da Gardunha; nada disso meus caros, o fenómeno tem nome, discos editados (que não são de metal anote-se), preocupações identitárias, uma orientação espiritual estranhamente definida e uma seita de seguidores mais ou menos numerosa.



Legenda: Um avistamento de dois seres do fenómeno acima referido.

    Começemos pela primeira audição que fiz, o álbum chama-se: Ecos dos Dólmens Esquecidos e confesso que a mensagem subliminar até que está bem construída; objectos fálicos que propagam eco... O Ron Jeremy iria adorar saber disto. Pena que o álbum só tenha um bom título, porque os restantes nomes dos respectivos temas são verdadeiras pérolas na língua de Camões. O resto meus amigos, são 48 minutos de guitarras mal tocadas, flautas, um orgão Casio dos 300 e vocais vindas do cu.
Mas as opiniões divergem, como seria de esperar, destaco dois excertos do estimado colega de profissão joaonvno2009 que asserta:

- “Os Cripta Oculta praticam um Black Metal muito agressivo e selvagem com algum Folk à mistura, com a presença de uma flauta nalgumas partes das músicas.
e ainda

- “Lágrimas Da Europa é a última faixa: lenta, triste e com uma voz que ecoa como numa floresta negra numa noite de lua cheia, acompanhada por umas guitarras distorcidas.

Agradeço desde já ao poder de audição aguçadíssimo do joaonvno2009, pois sem ele, acho que nunca iria perceber que existem flautas no álbum, e já agora, um elogio, ao espantoso cenário projectado da “noite de lua cheia” que me suscitou uma estranha vontade de ir a correr até Monsanto e apreciar a lua cheia ao lado das meninas que lá estão a uivar por motivos de ordem vária.

A quem ainda clame que o fenómeno é dos mais encantatórios e assombrosos dos últimos tempos, como constata, com grande imparcialidade note-se, o site blackmetal-lusitania. Sobre o álbum Sangue do novo amanhecer dizem:

- “Os Cripta Oculta são um dos grupos mais interessantes saídos do Black Metal Lusitano e já por cá andam desde 2004. Sendo que, só mais recentemente passaram a ter mais visibilidade entre a legião de corações mais negros.”

prosseguindo ainda nos dizem que,

- “Não somos de todo um país muito prolífero neste tipo de projectos de Black Metal orientados para o elogio da nossa ancestralidade, ficando sempre um pouco à sombra do que é feito no estrangeiro.”

e para finalizar acrescenta,

- “...este álbum enche-me de orgulho e faz-me acreditar que, perante este deserto de ideias, ainda há quem lute com fulgor e consiga manter uma identidade.”

Mais uma vez o espanto é vigente nesta crítica. Os “corações mais negros” palpitaram e encheram-se de orgulho Lusitano, Viriato, com toda a certeza, iria ouvir e divulgar o vosso trabalho se arranjasse um tempinho livre, pois como se sabe o pastoreio e as lutas com Romanos não deixam muito tempo livre, para a devida apreciação de obras deste calibre e o facto de o mesmo estar morto também não ajuda.
Gostaria ainda de destacar nesta crítica, o “elogio da nossa ancestralidade” feito através de um género musical criado no ínicio dos anos 90 na Escandinávia e que torna fértil o “deserto de ideias” que é o nosso país, eu a pensar que estes tributos se faziam com adufes, tambores, e trombetas no programa Portugal no Coração e não com uma ideia importada da Noruega e arredores - ao que parece estou errado, mea culpa.



Legenda: Um dos mentores de Cripta Oculta a usar um bomber jacket em alternativa ao tradicional traje de peles Lusitano.

    A identidade da banda permaneceu um mistério durante algum tempo, mas depois uma merda chamada metal-archives.com veio arruinar a aura de mistério e como se não bastasse uma outra foda chamada last.fm. E com o sucedido, a “legião de corações mais negros” pode saber mais sobre esta banda tão segredada e oculta no país que não é “prolífero neste tipo de projectos” e assim disseminar a seu trabalho como se de uma esporradela se tratasse.
Aliado a estes factos, existem editoras de Black Metal em Portugal com um apetite voraz por cagadas deste género, citando um exemplo muito rápido, ocorre-me a Bubonic, que como se sabe adora estes secretismos e esoterismos do cu.
Fomentada e patrocinada a histeria colectiva pela banda, é normal que um pseudo-culto surga em torno da mesma, e mesmo que não entendam um caralho do que se está a passar, todos querem uma dentadinha, ou seja, umas das 100 ou 50 cópias dos cabalísticos e ultra inovadores trabalhos da banda - tome-se como exemplo, a soberba e inovadora Demo Ode ao Metal em que encontramos temas estonteantes como Guerreiros da Morte e logo de seguida levamos com uma cover de Black Sabbath só para não nos armarmos em parvos e sentirmos o amor ao Metal.

    E para findar esta comunicação, quero-vos apenas dizer, que tenho um pressentimento que estas beats pagãs low-cost dos Cripta Oculta não vão ficar por aqui, até porque, pelo que sei, deram um concerto recentemente na qual a congregação da “legião de corações mais negros” foi possível. Ninguém está a salvo, e só se os forçarmos a ir a catequesse ou a baptizarem-se é que nos podemos salvar das garras destes pagãos sequiosos de retaliação.


O professor Bambo recomenda moderação aquando a audição de Cripta Oculta.

sábado, 19 de novembro de 2011

Carissímos leitores...

Digo leitores mas erroneamente porque assola-me a dúvida de que saibam realmente ler, por esse mesmo facto, e para vos facilitar a vidinha, vou tentar escrever o mínimo possível para que os vossos encéfalos não rebentem com essa coisinha inútil a que vós chamais cabeça e que pouco mais serve do que para transportar o escasso cabelo comprido e seboso que muito de vós ainda têm.

E o propósito deste blog? Antes de mais faço isto porque gosto de erecções e depois, muito remotamente, vem talvez a vontade de preencher uma lacuna, que é a de não existir ninguém que faça reviews com um dialecto de tasca; tudo o que vejo por aí escrito são coisinhas carregadas de facciosismo, exageros, incongruências e sei lá mais o quê.

Fica então o meu compromisso de me divertir à grande e de me embriagar com a vossa estupidez, porque afinal de contas quem me fornece o melhor material são vocês e sem vocês isto não seria possível. Um enorme obrigado e amén!



Atenciosamente,
MH